disso, lê-se em Furlan et al. (2010) que o sistema baseado no incentivo à produção e ao consumo em massa
como meio de desenvolvimento económico, dentre outros factores, tem tido resultados como as alterações
adversas das características do meio ambiente, pondo em risco a continuidade da nossa existência como
humanos.
Referindo-nos do Namibe, acreditamos que "sustentabilidade" hoje, mais do que nunca, implica também
olhar para a transumância namibense, para a seca (por vezes sazonal, por vezes, intermitente ou durante
longos períodos do ano) que afecta comunidades mais afastadas das cidades, o que pode implicar um olhar
mais atento para as condições e todas as circunstâncias que remetem para a exploração dos recursos
marinhos, de diversos recursos naturais (renováveis ou não) sem prejuízo para o bem-estar ou o futuro dos
habitantes das comunidades tampouco para as gerações que sucedem.
Assim, tal como Souza & Benevides (2005), também cremos que "a universidade é o lugar propício para
uma educação dirigida às exigências de nossos tempos (p. 531)", porque a esta cabe a missão de educar
para o desenvolvimento sustentável, quer directamente os seus alunos, quer por influência junto de
decisores e outros agentes importantes implicados no processo.
Conclusão
Assegura-se, deste modo, que, competindo à universidade auxiliar o poder executivo a ressignificar o
debate sobre a sustentabilidade, quer seja social, quer seja económica, nos tempos que correm, o
desenvolvimento sustentável tem pautado os encontros de relevância mundial, muito se tem discutido sobre,
embora muitas vezes não passe da teoria à prática, por ser um conceito de difícil aplicação, face às
complexidades económicas e ecológicas, factores que tornam distantes países e regiões cujas prioridades
políticas e económicas atendem a outras demandas e interesses, o que por si só torna a sustentabilidade um
desafio hercúleo para os governantes e para a colectividade.
É certo que o carácter finito dos recursos naturais e o impacto irreversível de ecossistemas, a problemática
das alterações climáticas, o aquecimento global, alguns frutos da acção humana, têm vindo a demonstrar a
urgência na alteração do modo de desenvolvimento económico, o que tem sido a agenda global nas reuniões
da ONU e a essência dos Acordos de Paris. É notável que essa problemática hoje tem suscitado a emersão
de diversos movimentos de ónus ambientalistas, quer no plano angolano, quer no plano internacional.
Neste sentido, este debate sobre sustentabilidade passa pela educação ambiental, a qual constitui parte
indispensável para que se chegue ao tão almejado desenvolvimento sustentável, visto que esta seria, aliadas
a outras formas de actuação, a maneira mais funcional e objectiva de se atingir pelo menos uma das metas
que destacamos acima, incluindo, como argumentam diversos os autores mencionados neste estudo,
motivar a participação da população ou dos cidadãos, mormente por meio dos órgão de comunicação social,
escolas, grupos comunitários, etc.
Referências bibliográficas
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